quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Cheiros e Memórias

Recentemente comprei para o meu Abel um chá da Nutribén, para diliuir na água, uma vez que o menino não gosta de água porque não sabe a nada, quando abri a tampa vi que o conteúdo era um granulado e ao cheirar, reconheci o cheiro como sendo familiar, "mas eu nunca me lembro de ter bebido isto", pensei, "talvez tivesse sido o meu irmão a tomar disto". Cada vez que cheirava aquele chá e ouvia o chocalhar do granulado dentro da lata, mais familiar me parecia, mas recordações concretas, nada.  Para tirar as dúvidas perguntei à minha mãe se conhecia aquilo, ela sorriu e disse "Tu bebias disto quando eras pequenina".
Fiquei esclarecida.
Nem sempre as memórias são visuais, eu não me lembrava de ter bebido daquele chá talvez porque era muito pequena, mas a memória olfactiva ficou, e passado, talvez 26 ou 27 anos ao voltar a sentir aquele cheiro desencadeei novamente essa memória. É giro ver como o cérebro funciona.
Como será agora com o meu Abel? Será que daqui a 25 ou 30 anos este cheiro também fará parte das suas memórias, ou serão outras coisas, como o cheiro do meu perfume ou o som específico de algum brinquedo?
Que eu possa estar cá para o esclarecer, como a minha mãe me esclareceu a mim.

Tradução: "O olfacto está ligado a uma parte do cérebro que também controla as emoções e as memórias. Por este motivo é frequente cheiros desencadearem fortes memórias."

1 comentário:

João Pedro Louro disse...

Pois, pois... tu é que tens um olfacto tipo cão, e o teu irmão é que leva com as culpas... hahahahahahaha