sexta-feira, 15 de julho de 2016

Crónicas de uma mãe de cabelos em pé - Uma refeição em casa (com crianças de 2 e 4 anos)

Já lá vai o tempo em que almoçar ou jantar em casa era só colocar os pratos na mesa, trazer a comida e começar a comer. Quando a família aumenta começa a ficar mais complicada chamar todos para a mesa ao mesmo tempo e comer uma refeição tranquila.
- Pensas que tens tudo na mesa e sentas-te para começar a arranjar o comer para as crianças, passado 5 segundos lembras-te que esqueceste-te de colocar alguma coisa na mesa.
- Colocas as crianças nos seus lugares e eles começam logo a dizer que têm fome, e quando é que vão comer.
- Lembram-se também que têm uma sede insaciável que não pode esperar muito tempo, mas tens de te levantar outra vez porque te esqueceste dos copos ou de colocar água no jarro.
- És a última a começar a comer, e antes da primeira grafada ainda tens que soprar a comida que puseram na boca e não repararam que estava quente.
- Duas grafadas depois tens de te levantar para ir com um deles à casa de banho (e por um estranho motivo que ainda não percebeste tem de ser só contigo e não pode ser com o pai) mesmo que seja só para os ver a fazer chichi.
- A tua comida, que estava quente, agora está morna, mas ainda sabe bem, mas não penses que agora comes descansada porque o mais pequeno está a enfiar a comida dentro do copo com água. Palmadas e ralhetes à parte lá se orientam as coisas e voltas ao teu prato.
- Uma conversa simples com o teu marido é interrompida 5 vezes (no mínimo) com frases do género: "Come"; "Tá quieto"; "Não faças isso!"; "Come com o garfo".
- Mais duas grafadas e os miúdos já acabaram de comer, lá tens tu de largar o teu prato (que está quase frio) para lhes ir lavar as mãos besuntadas de comida.
- Sentas-te mais uma vez a pensar que é desta que vais acabar de comer, pois eles já foram brincar. Olhas para a mesa e já todos acabaram de comer. O teu comer está frio (e tu detestas comida fria), mas a fome é tanta...
- Os teus filhos apercebem-se que estás a comer e querem vir para o teu colo para comer do teu prato (mas metade do comer deles ficou no prato) com as mãos (sim, aquelas que tinhas acabado de lavar). Levas sempre que possível uma grafada de comida à boca, mesmo que isso implique caírem migalhas para cima da cabeça deles.
- Depois de se fartarem e de terem comido as partes melhores, (não, não vais comer o que sobra) vais lavar-lhes outra vez as mãos.
- Do que ainda tens no prato, frio, comes mas não te sentes satisfeita (porque será?).
- No dia a seguir, à refeição, apercebeste que desenvolveste um mecanismo de defesa a que chamaste: "Come o máximo que conseguires enquanto podes".

A maternidade é linda. Tenham muitos filhos!


1 comentário:

João Pedro Louro disse...

hahahahahahahahahaha
muito bom...