sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Vingança às escuras...

Era uma vez um homem que tinha um sonho. Tocar um instrumento. O seu nome era Joaquim. Desde cedo que se iniciou nos seus estudos musicais, mas havia um problema... o pobre coitado não tinha jeito nenhum para a música, tentou aprender vários instrumentos, desde clarinete, trompete, piano, passando até pelo violino, mas sem sucesso. Em qualquer um deles era péssimo! Além disso a sua habilidade para ler musica não era das melhores.
Tentou fazer parte de algumas Bandas Filarmónicas, mas em todas elas o aconselhavam a sair, pois os seus dotes musicais nunca lhe iriam permitir actuar com a banda toda num concerto.
O pobre coitado ficou de rastos, nunca iria actuar com nenhuma banda...
Anos mais tarde, numa certa localidade das redondezas, houve um encontro de Bandas, como forma de promover a música na região. Naquela noite iriam actuar três das bandas que, este homem sem ritmo, tinha frequentado.

Ao deparar-se com este acontecimento, decidiu elaborar um plano de vingança, por ter sido excluído do meio musical.

Fazia muito frio naquela noite de 22 de Novembro, não havia vento, e o céu estava mais estrelado que nunca.

Como Joaquim não tinha conseguido seguir a carreira de músico, aprendeu outro ofício. Era electricista. E bastante bom.

O concerto já tinha começado quando Joaquim se dirigiu à central de energia da região, olhou com atenção para todos os fios, e desligou alguns deles. De um momento para o outro, todas as casas, estabelecimentos e candeeiros de rua ficaram às escuras. Apenas a luz das estrelas clareava um pouco a escuridão repentina. O concerto da Banda que actuava fora interrompido. As restantes bandas que faltavam actuar não sabiam que iam embora ou se esperavam pela chegada da luz.

O seu plano de vingança tinha sido bem sucedido! Não haveria concerto, pensava Joaquim. O que Joaquim não se tinha lembrado foi do espírito de equipa e dedicação dos Bombeiros Voluntários da região que, com um potente gerador, conseguiram fornecer energia suficiente para iluminar o palco e para prosseguir com o concerto. E que grande actuação deram as Bandas! Especialmente a última!

As coisas não tinham corrido como esperava, mas mesmo assim Joaquim só devolveu a energia às redondezas quando o concerto acabou.

Joaquim nunca mais pensou em vingar-se de quem quer que fosse, comprou vários instrumentos, que colocou numa sala com paredes à prova de som e ele próprio dava os seus concertos, a solo.

FIM

Concerto às Escuras

No passado dia 22 de Novembro, era noite de mais um encontro de bandas, organizado pelo Mucifal. A noite corria bem até que, por volta das 22h30 deu-se um apagão geral na zona. A primeira Banda que actuava, Mira Sintra, viu a sua actuação interrompida a meio. A Banda de Almoçageme, a última a actuar naquela noite, e a Banda de São Pedro de Sintra, viram os seus concertos suspensos, até à chegada da luz. Mas a luz teimava em não chegar, e já eram 23h30. Resolveu-se então chamar os Bombeiros de Colares que levaram um gerador e lá colocaram no palco uns holofotes para os músicos poderem ler as partituras. E assim foi, as Bandas que faltavam tocar encurtaram um pouco as actuações, pois a hora já ia avançada e acabou por ser na mesma um bom espectáculo, embora diferente e pouco iluminado.

No final das actuações houve um pequeno beberete para os poucos convidados que ficaram até ao fim.

Nessa altura adivinhem quem voltou... A LUZ!!!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O País das Tampas de Esgoto

Será que é impressão minha ou cá em Portugal gostamos muito de abrir tampas de esgoto em tudo o que é estrada?
Tenho-me deparado muito com esta situação, e reparei que torna-se quase impossível desviarmo-nos delas, estão mesmo no meio do caminho e 20m mais à frente há outra! Porquê? Chegam a estar duas e três ao lado umas das outras. Numa aldeia aqui ao pé da minha o fenómeno é quase uma praga! Num espaço de 100m contam-se pelo menos umas 15, algumas mesmo em frente à porta das casas. Será que à medida que se foram construindo as casas as pessoas foram pensando "Eu quero uma tampa de esgoto à porta da minha casa!" esta pode ser uma das explicações. Será? Será que é mesmo com um propósito útil? Ou será que falta alguém no nosso Governo responsável pela "Gestão das Tampas de Esgoto" ?

Imaginem se um dia precisarem de abrir, entre centenas, a tampa que fica mesmo em frente à porta da vossa casa...